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Praça Marechal Floriano Peixoto: um lugar com muitas histórias (1922)

29/12/2014

Gilciano Menezes Costa

Fonte: Álbum do Estado do Rio de Janeiro (1922)

A denominação de Praça Marechal Floriano Peixoto foi realizada nos primeiros anos posteriores a 1891, ano em que este Marechal se tornou presidente. Tal iniciativa local é reflexo das disputas políticas nacionais que impulsionavam a realização de cerimoniais, em caráter de homenagem, pelos simpatizantes locais à política dominante. 

Da mesma forma, no período monárquico esse espaço público se chamou Praça General Osorio e com a Proclamação da República, em 1889, passou a ser denominada de Praça do Generalíssimo Deodoro da Fonseca. A alteração do nome da praça, pouco anos depois, para Marechal Floriano Peixoto demonstra de forma clara as relações de disputas em torno dessas homenagens. [1]

Analisando a imagem, em seu centro está o busto do Itaboraiense, romancista, Joaquim Manuel de Macedo. Ao redor, estão as construções do século XIX que, no caso de algumas dessas edificações, demonstravam a herança de um período de expressivo dinamismo econômico da região, obtido, sobretudo, na primeira metade do mesmo século, com destaque para a comercialização do açúcar e do aguardente. [2]

Essa Praça, que é a sede político-administrativa da Vila de São João de Itaborahy, desde a sua fundação em 15 de Janeiro de 1833, também foi palco de várias disputas políticas e ideológicas, como o debate local sobre abolição da escravatura e as discussões em torno da Proclamação da República. [3]

No século XX, discursos de diversos personagens da política do Estado foram realizados neste local. Entre as tradições desenvolvidas neste espaço, destacam-se os desfiles cívicos em comemoração ao 22 de Maio, data em que ocorreu a primeira sessão da Câmara Municipal de Itaboraí, inaugurando, desta forma, a autonomia administrativa da região em relação à Vila de Santo Antônio de Sá [4]

Essa fotografia é parte integrante de uma obra elaborada no período da comemoração do primeiro centenário da independência do Brasil, contendo imagens de vários outros municípios do Estado do Rio de Janeiro. No ano em que a imagem foi fotografada, Itaboraí possuía 29.760 habitantes, uma região considerada, na época, rural e tranquila. [5]
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Fontes e Bibliografia:

[1] Jornal O Social, nº24, 23 de fevereiro de 1888 e nº43, 9 de novembro de 1890. 
[2] COSTA, Gilciano Menezes. A escravidão em Itaboraí: uma vivência às margens do rio Macacu (1833-1875). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2013. 
[3] Jornal O Social (1888-1889).
[4] RAMOS, César Augusto Ornellas. Itaboraí, paisagens, monumentos e Cultura. Niterói. SACEM. 2003.
[5] VASCONCELLOS, Clodomiro R. de. Álbum do Estado do Rio de Janeiro: 1922. Centenário da independência do Brasil. [Rio de Janeiro : s. n.], 1922.
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Gilciano Menezes Costa é Doutorando em História Social da Cultura na UFF. Professor de História e Filosofia na Rede Estadual em Itaboraí e Professor de História na Rede municipal de Magé. É autor da Dissertação de Mestrado (UFF) intitulada "A escravidão em Itaboraí: Uma vivência às margens do Rio Macacu (1833-1875)". 
Disponível em: https://docs.wixstatic.com/ugd/5ada89_277b353622e44d018f55ecdb12aa561a.pdf

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